De modo geral, o turnover nas concessionárias é uma dificuldade que exigem uma atenção especial das lideranças. Os reflexos da rotatividade nos resultados das lojas são diretos e parecem afetar todo o segmento.
Na verdade, o problema tem sido motivo de mobilização e união das concessionárias na criação de soluções para a seleção de pessoal qualificado na compra e venda de veículos. Os sindicatos da categoria acompanham de perto e reconhecem as dificuldades do setor.
O que fazer diante desse problema, em especial quanto à gestão da concessionária e às iniciativas para conter o caso? Confira nossas dicas para entender o que é e como evitar o turnover na sua concessionária.
O que é turnover?
Turnover é um termo em inglês que significa renovação. Com esse sentido, foi aplicado no Brasil com o fim de indicar a taxa de rotatividade no emprego. Assim, taxas elevadas desse indicador em uma empresa significam que os profissionais não permanecem por muito tempo como colaboradores dessa organização.
Essa renovação não precisa ser da mesma pessoa que entra e logo está saindo. O caso é o mesmo quando um colaborador é admitido e outro é dispensado.
Desse modo, o turnover caracteriza a dificuldade apresentada pela concessionária para garantir a manutenção do quadro de seu pessoal. Assim, esse índice pode ser entendido, ainda, como o balanço entre as taxas de admissão e de demissão de funcionários.
Quais são as principais causas do turnover em concessionárias?
As razões por trás da evasão constante de colaboradores ou de sua impermanência costumam ser diversas. Nesse sentido, podem envolver características do próprio trabalhador, circunstâncias do mercado de veículos, bem como aspectos de gestão, entre outros.
Assim, por exemplo, quando o mercado de veículos está aquecido, a demanda por profissionais aumenta, trazendo oportunidades melhores do que as vigentes, e o colaborador tende a procurar sua progressão. Outro aspecto circunstancial é a geração à qual o colaborador pertence, pois membros da geração Y costumam ser mais ansiosos quanto às oportunidades de trabalho e de aprimoramento.
De toda forma, é essencial entender que o turnover não é o vilão da história, mas o efeito de algumas condições internas e externas sob as quais a empresa está operando. Portanto, ele não pode ser entendido isoladamente. De modo geral, entre os motivos mais comuns para a alta rotatividade em uma companhia estão:
- baixos salários praticados;
- insatisfação com a empresa (por razões diversas);
- gestão de pessoas inadequada;
- clima organizacional ruim;
- motivação em queda ou já inexistente;
- demanda por profissionais em crescimento no mercado;
- perfil inadequado para a vaga.
Dependendo das razões preponderantes em uma concessionária, o turnover pode se tornar ainda mais intenso, alcançando taxas muito elevadas, quase inviabilizando alguns negócios. Por isso, um diagnóstico adequado das causas da elevada rotatividade precisa ser elaborado.
Quais seus principais prejuízos?
A rotatividade no emprego, quando elevada, traz prejuízos significativos para a empresa, pois há uma relação direta entre o turnover e a perda de clientes, entre outros motivos. Na verdade, ela representa uma grande dor de cabeça para o pessoal do RH e para o gestor, com efeitos em curto, médio e longo prazos. Entenda os motivos.
Perda de conhecimento
O conhecimento detido pelos colaboradores de uma concessionária se aprimora com o passar do tempo e com as múltiplas experiências desfrutadas. Quando os indivíduos que detêm esse saber se retiram da empresa, parte dele é perdido.
Não se trata de uma perda absoluta, mas de um componente responsável por parte da expertise da concessionária. Por vezes, um colaborador experiente se transforma em um consultor do cliente, e sua ausência é sentida, especialmente entre equipes formadas por funcionários novatos.
Perda de produtividade
A eficiência e o bom desempenho obtidos por uma empresa resultam do aperfeiçoamento e das melhorias a serem implementadas, gerando o know-how que a organização detém. No caso específico de concessionárias, a saída de um e outro colaborador pode afetar diretamente a produtividade antes obtida.
Há um período em que a produtividade se mantém em patamares menores, uma vez que será necessário um tempo extra para o aprendizado dos novos funcionários. Somente a partir daí será possível alcançar novamente a eficiência e eficácia anteriores.
Custos financeiros
As operações envolvidas com as rescisões contratuais — assim como as novas contratações e os respectivos treinamentos — são muito significativas em termos de impacto financeiro. Além disso, existem os custos resultantes da perda da produtividade, como mostramos. De toda forma, a empresa gasta mais com o turnover.
Clima de insegurança organizacional
Quando se observa a constante saída de colaboradores de uma empresa, o clima organizacional tende a ficar mais frágil. Seja pela insegurança ou pela perda de perspectiva, a organização passa a ser olhada como um porto de passagem. Nessa condição, não há nenhum espaço para motivação da equipe.
Queda na inovação
Funcionários desmotivados não se sentem à vontade para contribuir com novas ideias, e como as pessoas experientes não ficam, não há acúmulo de conhecimento suficiente para que novas propostas sejam implementadas. Além disso, como dissemos, especialmente entre os profissionais da geração Y (que, hoje, têm entre 20 e 30 anos), colaboradores não permanecem onde não se veem desafiados.
Perda de clientes
Uma pesquisa da American Society for Quality (ASQ) e divulgada em um portal especializado apontou que, entre os maiores motivos para a perda de clientes, os maiores índices ficam com:
- indiferença no atendimento (65%);
- reclamações não atendidas (14%);
- vantagens da concorrência (10%).
Funcionários desmotivados não se empenham em oferecer soluções para seus clientes. Essa situação não pode ser estudada isoladamente: muitas vezes, um ambiente de trabalho hostil pode fazer com que os colaboradores fiquem ansiosos e tristes. Isso causa perda de informações, gera relações pouco amistosas ou entregas incompletas.
Por isso, é tão importante fomentar um ambiente de trabalho instigante para os trabalhadores. Quando o colaborador se sente bem entre colegas e se vê positivamente desafiado, os clientes percebem a diferença no tratamento que recebem.
Como fazer controle de gestão para diminuir turnover?
Como vimos, o turnover é o resultado de condições internas e externas. Assim, para promover uma redução na sua incidência, é preciso trabalhar sobre as causas do problema, de modo a corrigi-las ou compensá-las.
Por essa razão, é necessário um bom diagnóstico dos motivos da rotatividade na concessionária. Não adianta aplicar soluções mirabolantes se você não escuta seus funcionários ou busca entender as razões de sua desmotivação. Afinal, esses fatores exercem impactos diretos no atendimento prestado. Confira, a seguir, algumas dicas para reduzir o turnover e perda de clientes.
Aperfeiçoamento do processo de seleção
É preciso que a cultura organizacional seja bem clara e oriente o perfil de cada profissional necessário. As atividades em uma concessionária requerem determinados conhecimentos e alguns talentos específicos que não devem ser descuidados.
Ao selecionar novos funcionários para os cargos, é preciso levar em conta, também, o perfil do candidato para as circunstâncias próprias da concessionária e o que se pretende construir no futuro próximo. A tecnologia pode auxiliar em processos seletivos mais precisos, com realização de provas para analisar conhecimentos, habilidades e perfis dos candidatos.
Reconhecimento de talentos existentes
Uma empresa que não cultiva seus talentos está fadada a perdê-los. Assim, o reconhecimento tem um importante papel na retenção de profissionais em uma equipe.
Sua ausência, por outro lado, quase sempre constrói um sentimento de não pertencimento àquele grupo, facilitando a procura por alternativas no mercado. Dessa forma, procure investir em programas de incentivo.
Com base em um sistema de pontos ou no acompanhamento de metas, seus colaboradores podem concorrer a prêmios atraentes, como eletrodomésticos, descontos em serviços de SPA ou mesmo viagens. Para facilitar o reconhecimento de seus talentos, você pode utilizar plataformas que facilitem o acompanhamento entre os setores.
Estruture uma política de benefícios coerente com seus colaboradores
Como já dissemos, uma política de benefícios é um fator a mais no esforço para a manutenção de pessoal na empresa. Para construir e implementar uma política de benefícios eficiente, você deve entender os interesses de seus funcionários e o que eles esperam de sua marca.
A partir das manifestações dos funcionários você deve estruturar metas cabíveis e índices para acompanhá-las. Afinal, para que o programa de benefícios seja viável, ele precisa cooperar com os resultados da companhia.
Motive os seus colaboradores com estratégias criativas
Qualquer profissional precisa estar motivado para dar o melhor de si naquilo em que opera. Uma concessionária deve aprender a promover o interesse dos funcionários pelas atividades que desenvolvem e torná-las atrativas. Você pode investir em workshops de técnicas de vendas e palestras sobre assuntos variados, por exemplo.
Invista em tecnologia
A tecnologia não aprimora somente a experiência dos clientes na concessionária. Ela permite a criação de canais e portais internos para divulgar o propósito e os valores da companhia, acompanhar metas, informar sobre eventos internos, lembrar datas de aniversário, entre outros. Esse tipo de plataforma integra setores e facilita o diálogo entre eles, o que não só traz melhorias para o desempenho como também torna o ambiente de trabalho mais sadio.
Essas plataformas também ajudam a construir um processo de gestão mais transparente, já que os resultados e processos dos setores podem ser consultados por todos os colaboradores. Para empresas que almejam uma gestão mais horizontal e aberta, essa etapa é essencial para o fomento de uma cultura de cooperação e busca pelo crescimento mútuo.
Com essas observações, você pode ver claramente que é essencial a concessionária se esforçar para garantir a permanência de seus talentos. O controle de gestão para diminuir turnover exige criatividade e, sobretudo, muita escuta para que a empresa promova um ambiente de trabalho fértil para novas ideias, bons resultados e para o desenvolvimento de todos.
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