O trabalho remoto dominou o mundo dos negócios nos últimos meses, muito por conta do conceito de transformação digital que já impactava o mercado há alguns anos e os recentes efeitos da pandemia.

Como não poderia ser diferente, o universo automotivo faz parte dos negócios de sucesso e precisa se adaptar a essa nova realidade. E com tantas mudanças em tão pouco tempo, vale refletir sobre o que virá pela frente.

Neste artigo, preparamos um estudo sobre os impactos da pandemia de COVID-19 no setor automotivo, como as organizações estão se adaptando a esse novo momento e quais as perspectivas para as concessionárias. Veja!

Quais os impactos nas concessionárias pós-pandemia de COVID-19?

A pandemia pegou todo mundo de surpresa e a parada repentina acabou se prolongando por muito tempo. Os motores pararam e essa realidade diminuiu consideravelmente as vendas de automóveis.

Segundo relatório FENABRAVE sobre impactos do COVID-19, o efeito foi imediato e grave. Linhas de montagem desativadas, ordens de fechamento e entregas de carros novos zeradas são alguns dos efeitos negativos. Acompanhe alguns números:

• queda mínima de 30% no mercado nacional de autos;
• queda de 80% de volume de tráfego em grandes cidades;
• uso de capacidade de montadoras inferior a 50%;
• desvalorização da moeda nacional com impacto em preços de modelos e peças importadas.

Ainda segundo o relatório, as plataformas de comércio eletrônico foram os únicos canais que permaneceram abertos, ligando o alerta sobre a necessidade desse tipo de interação conquistar de vez o olhar do gestor.

Números recentes de abril de 2020 x março de 2020 apontam queda de 69,91% nos emplacamentos de automóveis. Apenas para citar um entre tantos índices preocupantes do setor.

Como as empresas estão se adaptando à nova realidade?

Como mencionamos anteriormente, o trabalho remoto foi o escape de muitas empresas para manter um nível de vendas e o modelo de negócios baseado em plataformas tecnológicas ganhou destaque.

O sistema de delivery, que necessariamente precisa de tecnologia, foi uma das saídas imediatas, mas que não resolve por completo as novas exigências. Veja agora alguns dos fundamentos dessa nova realidade.

Transformação digital

A transformação digital, também conhecida como Revolução 4.0, é um novo conceito de gestão empresarial que se baseia em interações virtuais, marketing digital, tecnologia e inovação.

Esse conceito deve ser considerado um pilar para as concessionárias do futuro. O pensamento da gestão de vendas, das estratégias de negócios, da segurança de informações e da atração de clientes precisa ser baseado em dados.

Experiência do cliente

Também nesse novo cenário, uma das mudanças mais importantes se refere ao contato com o consumidor. Há de se esperar uma mudança drástica em rotinas de compras que antes eram realizadas em visitas às concessionárias para tomar decisões de compra.

Toda essa experiência que era elaborada com carinho para atrair e conquistar as pessoas de forma presencial precisa ser estruturada de forma digital, e isso envolve a adoção de novas tecnologias e ferramentas para otimizar a experiência do cliente.

Inteligência artificial

A inteligência artificial vem sendo desenvolvida desde que os tecnólogos entenderam que as máquinas poderiam oferecer algum tipo de inteligência na execução de rotinas e processos administrativos.

Na indústria automotiva isso é refletido em inovações como chatbots, que podem se comunicar com clientes em tempo real coletando informações e até gerando leads (potenciais clientes) para as concessionárias.

Além disso, a IA também atua nos próprios automóveis. Isso pode ser constatado em novos conceitos como os carros autônomos. Numa visão mais ousada, poderemos até nos deparar com "sentimentos automotivos". Esses são apenas alguns exemplos da inteligência artificial na indústria automotiva.

Realidade aumentada

A realidade aumentada é mais uma entre as possibilidades de inovar no universo das concessionárias. Especificamente em relação à experiência do consumidor, esse recurso pode ser um adicional valioso para conquistá-lo.

Essa tecnologia pode ser aplicada em simulações que aproximariam a visão do consumidor em um website, por exemplo, à uma noção mais real de detalhes, designs automotivos e recursos diferenciais em modelos.

Além disso, a realidade aumentada também pode representar um facilitador na manutenção automotiva das concessionárias. Recentemente, a montadora Ford implementou essa inovação para agilizar diagnósticos de falhas e auxiliar técnicos e engenheiros em consertos de automóveis.

Práticas imperativas para se adaptar a essa nova realidade

Há medidas urgentes e essenciais, praticamente todas baseadas em tecnologia para manter a competitividade das concessionárias em um mercado futuro. Fala-se bastante em um novo jeito de vender veículos.

Segundo Steve Young, Managing Director da ICDP, é preciso elaborar uma estratégia de retomada alinhada aos novos hábitos do consumidor de acordo com as medidas preventivas ao novo Coronavírus e baseada em tecnologia.

Adeque os ambientes

Com as medidas de isolamento sendo flexibilizadas, é normal que as visitas aos salões e ambientes de showroom cresçam. Porém, algumas práticas de prevenção deverão ser observadas como:

• demarcações de distanciamento;
• atendimento presencial em número controlado e reduzido;
• EPIs para funcionários de recepção e vendedores;
• adequação dos procedimentos de higiene e limpeza dos ambientes;
• adequação dos procedimentos de higiene e limpeza de veículos.

Digitalize a captação de clientes

Outra prática a acrescentar é sobre a geração de leads que precisa ser alterada profundamente. O trabalho remoto é essencial nesse caso, já que mantém um nível de comunicação com pessoas que buscam comprar automóveis, mesmo em meio à crise.

É preciso garantir mecanismos de resposta a essas pessoas interessadas em adquirir novos produtos, sob pena de perdê-las para concessionárias que implementem as tecnologias virtuais com mais eficácia.

Altere as rotinas de vendas

Algumas rotinas também precisarão ser alteradas como a realização de test-drives sem a presença de um vendedor. Isso envolve algumas medidas de segurança como rastreamento de veículos ou outras apropriadas para garantir que o automóvel não seja extraviado.

Também a avaliação de veículos usados deverá, preferencialmente, ser aplicada de forma online. Por meio de vídeos e fotos do modelo, a concessionária analisará as condições e precisará buscar mecanismos de proteção em caso de informações inconsistentes sobre o modelo.

O futuro é logo ali, mas o trabalho deve ser bem disciplinado no momento para manter a competitividade. Cabe ao gestor do negócio acompanhar toda essa transformação bem de perto para se adaptar com rapidez e eficácia.

E você, concorda que o trabalho remoto é apenas uma das tecnologias que chegaram para ficar na indústria automotiva? Compartilhe com amigos esse estudo nas redes sociais!